O Argonauta

29.9.04

ANTI-HERÓIS

Segundo uma sondagem recente, que li já não sei onde, os 4 anti-heróis mais carismáticos da história do cinema são: a personagem de Robert de Niro em «Taxi Driver», a de Mel Gibson em «Mad Max», a de Malcolm McDowell em «Laranja Mecânica» e a de Anthony Hopkins em «Silêncio dos Inocentes». Todas elas são personagens que conseguiram impressionar milhões de espectadores, pela sua crueza, violência e genialidade.
Lembrei-me desta sondagem quando reparei que os últimos filmes que vi no cinema eram, também eles - cada um à sua maneira - histórias de anti-heróis. Mesmo não se tratando de obras primas (longe disso), todos eles têm em comum o facto de retratarem personagens pertubadas e ultrapassadas pelo meio social em que se inserem, mas do qual conseguem sobressaír, por uma qualquer espécie de grandeza interior.

«The Terminal», de Steven Spielberg, «Twilight Samurai», de Yoji Yamada, «Life is a miracle», de Emir Kusturica, «Spider Man 2», de Sam Raimi.
Um passageiro preso no aeroporto de JFK, por motivos burocráticos. Um samurai pobre, que se recusa a abdicar de um código de honra. Um engenheiro sérvio para quem a guerra é um fait-divers e que se apaixona por uma muçulmana que tomou como refém. Um adolescente que luta contra uma biografia difícil e os poderes sobrenaturais que adquiriu. Aparentemente nada os aproxima, mas a grandeza (sobre)humana que demonstram é um elemento comum a todos.