O Argonauta

4.12.03

VAN DAMME PARA INTELECTUAIS

Na semana passada fui ver o (meu) 15º filme estreado este ano nos cinemas: Matrix Revolutions. Mais por devoção ao primeiro filme da saga, do que por crença na qualidade deste último episódio (tomando como referência a desilusão do 2º), dispus-me a ocupar 2 horas do meu tempo e a pagar os 4 euros e qualquer coisa que me pediram pelo bilhete. Entrei na sala semi-obscura e vazia do cinema Vasco da Gama (com um dos amigos com quem almocei há 15 dias - o jornalista), recostei-me nas poltronas confortáveis e preparei-me para o pior. Face às incoerências, indecisões e confusões do argumento, preferi concentrar-me no delírio visual que o filme representa. Esquecer a estória para só ver os efeitos visuais. Como os putos que gostam de ver filmes de porrada. Neste filme, não andamos longe do conceito de Van Damme para intelectuais, com pseudo-filosofia new age para iludir os tontos.

Claro que não o coloco junto de Apanha-me Se Puderes (Steven Spielberg), Gangs de Nova Iorque (Martin Scorsese), Embriagado de Amor (P.T. Anderson), A Última Hora (Spike Lee) e Kill Bill - A Vingança (Quentin Tarantino), esses sim, os meus filmes do ano. Curiosamente, ou talvez não, todos ele produzidos nos EUA.